O que é investimento sustentável?

Por meio da combinação de abordagens tradicionais de investimento com perspectivas ambientais, sociais e de governança (ESG – environmental, social and governance), os investidores, que incluem desde instituições globais até pessoas físicas, estão adotando uma abordagem sustentável para perseguirem suas metas de investimento.

Segundo a BlackRock, investimento sustentável significa investir em progresso e reconhecer que as empresas que solucionam os maiores desafios do mundo podem estar melhor posicionadas para crescer. Trata-se de ser pioneiro nas melhores práticas de negócios e incentivar cada vez mais pessoas a optarem pelo futuro que estamos trabalhando para criar.

Ou seja, o investimento sustentável busca alinhar as decisões de investimento com os valores sociais e ambientais do investidor, sem deixar de gerar retornos de longo prazo. Obter lucro normalmente é uma das principais prioridades dos investidores.

Ainda de acordo com a BlackRock, os ativos em estratégias dedicadas ao investimento sustentável cresceram em um ritmo acelerado nos últimos anos, e essa tendência não mostra sinais de desaceleração.

Porém, criar um impacto positivo na sociedade e no meio ambiente são pontos tão ou até mais importantes para aqueles investidores com visão de longo prazo. E é por isso que as empresas estão refletindo sobre os caminhos para melhorar suas ações e práticas porque hoje já entendem  como isso pode afetar o valor da marca.

Até o final de 2019, os ativos gerenciados profissionalmente usando estratégias sustentáveis aumentaram para 42% em comparação com os dois anos anteriores, chegando ao patamar de US$ 17,1 trilhões de acordo com a US SIF Foundation. 

Em 2020, os fundos sustentáveis, em média, superaram seus pares e índices tradicionais, de acordo com o Relatório de Paisagem dos EUA de Fundos Sustentáveis ​​de 2021 da Morningstar, Inc  – empresa provedora independende de dados e análise de investimentos. Para o período de três anos, 75% dos fundos sustentáveis ​​foram classificados na metade superior de sua categoria Morningstar. 

No Brasil, o ESG nunca esteve tão presente na indústria de investimentos como agora, segundo pauta reportagem da Exame, publicada em 20 de abril deste ano.

“De emissões de dívida corporativa atrelada a indicadores sustentáveis a fundos de investimentos que escolhem “na unha” as empresas preocupadas com a agenda ESG para investir, o mercado está a todo vapor e com novos lançamentos todos os meses”, 

De acordo com a Anbima (Associação Brasileira de Entidades dos mercados Financeiro e de Capitais), nos últimos anos houve um crescente no número de fundos que se autodenominavam “verdes”, “sustentáveis” ou “ESG/ASG”, mas que acabavam não entrando em seu radar, por isso a entidade resolveu lançar uma nova parametrização para esses produtos, que começou a valer em 2022. O objetivo é acompanhar mais de perto esse novo mercado e ajudar os investidores a separar o joio do trigo.

Anbima lança metodologia para ajudar na escolha e na gestão de carteira dos fundos de investimento sustentável

A Anbima lançou, no início deste ano, as regras para identificação de fundos sustentáveis de acordo com o Código de Administração de Recursos de Terceiros. Por enquanto, as exigências valem apenas para os novos fundos de renda fixa e de ações cadastrados na Associação.

Segundo a própria Anbima, os fundos que já possuem cadastro na nossa base de dados e se identificam como verdes, sociais, de impacto, ASG, ESG ou nomenclaturas semelhantes têm até 180 dias para se adaptarem. A exceção fica com aqueles que atualmente são classificados como sustentabilidade/governança na Anbima. Esses terão até dezembro de 2022 para fazer a transição caso atendam aos novos requisitos. Caso contrário, deverão ser reclassificados em outra subcategoria.

Fundos IS

Para ser considerado fundo de investimento sustentável e ganhar o sufixo “IS” (Investimento Sustentável), é preciso ter sua estratégia amarrada com a temática. O processo de escolha dos ativos, metodologia e os dados que dão suporte à gestão da carteira devem ser divulgados, entre outras obrigações. As orientações constam no código de autorregulação da Anbima.

Além disso, o fundo deverá adotar medidas de transparência, como definir e divulgar estratégia, metodologia e dados que contribuem para a gestão da carteira e realizar ações de diligência e monitoramento sobre a aferição dos objetivos. Índices utilizados como referência também precisam estar alinhados a compromissos sustentáveis.

O gestor também deverá adotar padrões mínimos determinados na autorregulação. Por exemplo, ele terá que ter seu compromisso atestado por meio de um documento escrito e dispor de uma estrutura de governança adequada, além de divulgar de forma clara, objetiva e transparente as diretrizes e procedimentos de sustentabilidade adotados pela instituição.

Fundos que integram questões ESG

Os fundos que integram os critérios ESG no processo de gestão, mas não têm como objetivo principal o investimento sustentável, também estarão aptos a uma diferenciação: o uso da frase “esse fundo integra questões ESG em sua gestão” nos materiais de divulgação, o que facilitará a identificação pelos investidores. Eles também deverão seguir os critérios relacionados à transparência, compromisso e diligência tanto para o fundo como para o gestor.

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