O setor do agronegócio global está envolvido em uma variedade de riscos e oportunidades relacionados a investimentos ESG, principalmente nos fatores ambientais.
A análise da Trucost, mostra que as práticas agrícolas industrializadas causam um impacto ambiental avaliado em US$ 3 trilhões por ano em todo o mundo.
Notadamente, o efeito da produção de milho no meio ambiente é igual a 170% do valor de sua produção – evidenciando como o custo para o meio ambiente é maior do que o preço do próprio milho.
A agricultura a favor do meio ambiente
A agricultura pode, de certa forma, ser benéfica para o meio ambiente. O uso de biocombustíveis – quando produtos vegetais são usados em biocombustíveis, gasolina ou diesel e misturados com óleos de certos produtos agrícolas – ajuda a reduzir o consumo total de combustíveis fósseis.
Novos biocombustíveis, especificamente aqueles com uma proporção maior de óleos vegetais, têm sido sugeridos como uma maneira econômica de aumentar a octanagem da gasolina vendida. As doses de octanagem mais elevadas podem melhorar a eficiência do combustível (e potencialmente o desempenho), mas o esforço é caro usando apenas gasolina.
Alguns observadores da indústria expressaram preocupação de que certos biocombustíveis podem não fornecer benefícios ambientais significativos quando os efeitos do cultivo das safras são levados em consideração na equação.
As tensões comerciais e a volatilidade que as acompanha geram incerteza para os agricultores e para o restante do setor agrícola, no qual as decisões são tomadas com meses ou anos de antecedência.
Na disputa comercial em curso entre EUA e China, o governo chinês tem conseguido ditar a quantidade de soja importada dos EUA, mesmo além do uso de tarifas. Dada a dependência da indústria de soja americana nos mercados chineses, isso levou a preços mais baixos e um estoque crescente de estoque de soja não vendido.
Assim, a incerteza associada às tensões comerciais e às regras ou procedimentos de importação recentemente adotados pode ter um efeito inibidor sobre o comércio agrícola.
O uso da tecnologia para os fatores ESG no agronegócio
As inovações tecnológicas na quarta revolução industrial podem transformar a agricultura em uma indústria mais transparente, o que pode aumentar a confiança e a responsabilidade no setor. Um exemplo dessa transição foi o uso de tecnologias financeiras alternativas no agronegócio.
O Blockchain foi desenvolvido para criptoativos, mas o potencial adicional reside em sua capacidade de manter um registro de transações inalterável. Uma compra agrícola foi feita usando blockchain pela primeira vez em 2016.
O uso contínuo de blockchain na agricultura pode diminuir as taxas de transação, reduzir os tempos de processamento para pagamento e eliminar riscos adicionais.
Os fatores ambientais e sociais de ESG e agricultura podem frequentemente estar interligados. Temos como exemplo os desafios enfrentados pelos produtores de beterraba açucareira no Reino Unido durante o Brexit.
Novas regras implementadas durante a incerteza do Brexit proibiram o uso de pesticidas neonicotinoides, que são mais baratos do que outros pesticidas, mas representam um perigo para as populações de abelhas. Mas, muito além das fazendas, as negociações sobre o Brexit também ameaçam as margens de lucro.
A falta de um plano claro para o Brexit tornou difícil para os agricultores do Reino Unido e da Europa saber se eles enfrentariam tarifas e, em caso afirmativo, qual seria o peso que essas tarifas podem representar para seus negócios.
Aqueles que buscam sustentabilidade ambiental e social na agricultura e se envolvem em investimentos ESG, em geral, são motivados por mais do que preocupações morais.
De acordo com nota publicada em seu site, a Cargill e outras nove
Um fundo de private equity projetado para investir em tecnologias relacionadas à agricultura sustentável levantou mais de US$ 300 milhões alguns meses depois. No geral, muitas empresas parecem ter chegado à conclusão de que precisarão adotar práticas agrícolas novas e menos prejudiciais para o sucesso futuro.
ESG e o agronegócio brasileiro
Dados da Embrapa mostram que o Brasil se sai muito bem dentro do fator ambiental do ESG. Isso se deve ao alto índice de preservação da vegetação nativa. Para se ter ideia, toda a produção de grãos, agroenergia e fibras ocupa 9% do país, enquanto os agricultores preservam no interior de seus imóveis 20,5% do país em vegetação nativa.
Dentro do fator social, o agronegócio representava 20,1% dos 17,3 milhões de trabalhadores em 2020 no Brasil. Além disso, é um dos maiores setores na criação de empregos formais e tem se destacado na criação de um bom ambiente de trabalho. O ranking da Great Place to Work Brasil apontava que 93% disseram ter orgulho em ser colaboradores de empresas do agro.
O último fator, o da governança, tem sido o que está mais atrás. Segundo dados da pesquisa Agronegócio: Desafios à Competitividade do Setor no Brasil, realizada em 2020, pela Abag (Associação Brasileira do Agronegócio), a governança é o segundo principal gargalo do agronegócio, ganhando apenas da infraestrutura.
O caminho para a implementação de uma estratégia ESG sólida em uma empresa do agro pode ser difícil. Contudo, com o auxílio correto, esse caminho pode ser mais brando de ser percorrido e os resultados mais fáceis de serem alcançados.
A Baker Tilly conta profissionais específicos ara atuar nas áreas de ESG e agronegócio que podem orientar você e sua empresa ao sucesso. Entendendo o cenário atual, aprendendo com a experiência passada e projetando o futuro, metas e objetivos são traçados a fim de buscar resultados positivos nos três fatores ESG: meio-ambiente. social e governança.
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